Após limitação da isenção de Imposto de Renda (IR) para CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (do agronegócio), a emissão desses papéis de dívida caiu ao menor nível desde 2018. A queda foi de 56,5% no primeiro quadrimestre de 2025, ante o mesmo período do ano passado, para R$ 12,6 bilhões.

Levantamento da TTR Data mostra que, do total de operações de dívida no período, 38,3% foram por meio desses certificados. No mesmo intervalo de 2024, esse percentual era de 53,9%. No início de 2023, com a piora do mercado, houve um movimento de migração de dívidas bancárias para o mercado de capitais, o que impulsionou os CRIs e CRAs.

Para regular o mercado, no fimzinho de 2023, o CMN (Conselho Monetário Nacional) impôs uma série de restrições, como a obrigação de demonstrar a necessidade de crédito do emissor desses títulos.

A nova exigência da TTR Data, em particular, filtraria aquilo que a autarquia chama de emissões oportunistas — ou seja, sem uma destinação específica.

Um exemplo, na época em que os CRAs estavam bombando, é o de uma gigante de bebidas que captou recursos com o título mesmo tendo caixa bilionário. Esse movimento foi bastante criticado no mercado. De lá pra cá, esse tipo de emissão minguou.

No caso dos CRIs, cerca de um terço das emissões não poderia mais acontecer, dado o endurecimento das exigências de segurança.

Source: Folha de São Paulo - Brasil