As atividades de fusões e aquisições globais caíram 35% no terceiro trimestre desse ano em relação ao anterior, somando US$ 783 bilhões em transações. O levantamento foi feito pela Thomson Reuters, que aponta a crescente guerra comercial entre Estados Unidos e China como geradora de dúvidas para o mercado. No Brasil, o relatório da Transactional Track Record (TTR) indicou queda de 18% nas operações no terceiro trimestre do ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Os dados coletados pela TTR apontam queda também no valor transacionado do terceiro trimestre — 52% a menos que em 2017. Ao todo, 263 operações foram divulgadas e mais de R$ 28 bilhões foram movimentados. No acumulado do ano, 773 operações foram computadas e R$ 129,9 bilhões foram transacionados.

Enquanto o mercado doméstico caminha com cautela em meio ao período eleitoral, as incertezas internacionais levaram à suspensão de negócios.

Em julho, a fabricante norte-americana de equipamentos de telecomunicação Qualcomm retirou sua proposta para a aquisição da NXP Semiconductors após o governo chinês demorar em dar o aval concorrencial para o negócio. O movimento foi visto como retaliação às tarifas comerciais anunciadas pelos EUA. “Temos algumas nuvens no horizonte, vis a vis um conflito comercial, ou potencialmente uma guerra comercial com a China. Há o potencial para um Brexit difícil e o aumento dos juros”, disse Mark Shafir, co-diretor global de fusões e aquisições do Citigroup.

Nos EUA, o volume de operações foi melhor do que o observado pela Reuters em outros mercados, registrando crescimento de 14% . As transações anunciadas na Europa caíram 14%, para US$ 151,4 bilhões, enquanto na Ásia-Pacífico caíram 38%, para 185,1 bilhões de dólares. Hernan Cristerna, co-diretor de fusões e aquisições globais do JPMorgan, disse à agência que as empresas irão gradualmente se esquivar de grandes negócios, mas permanecerão ativas nos de médio porte, apesar do ambiente incerto.

*Com supervisão de Gabriela Freire Valente.

Source: LexisNexis - Brazil